Durante toda a gravidez eu mantive atitude e pensamentos positivos, o que me ajudou e muito a superar os diversos obstáculos que encontrei pelo caminho.
Acontece que fiquei tão fortalecida e confiante que não me preparei para "imprevistos", por achar que eles NUNCA aconteceriam comigo.
E foi aí que me enganei....
Minha médica já havia me alertado sobre casos em que a mãe vai para casa com um filho e o outro fica na UTI. Mas eu tinha certeza de que isso não ia acontecer com meus bebês. Tinha certeza de que nasceriam fortes, saudáveis, de parto normal e que eu os amamentaria até os 6 meses de vida...
hã, hã...
Sim, deu tudo certo, meus bebês e eu não tivemos complicações, ficamos todos saudáveis, porém, as coisas não aconteceram exatamente como eu tinha imaginado.
Eu vim para casa com o Patrick (e com uma cicatriz de cesariana) e a Manu ficou na UTI mais 3 dias.
Não vou dizer que foi fácil e que na hora eu agi com calma e naturalidade.
Na verdade foi horrível porque:
1 - eu não estava preparada para aquilo,
2 - estava decepcionada e com raiva porque as coisas não tinham saído exatamente como eu imaginava,
3 - tinha acabado de PARIR e estava passando por uma verdadeira revolução hormonal,
4 - chorava só de pensar naquela pessoinha mínima, sozinha, num bercinho de hospital, talvez assustada, com medo, frio, ou sofrendo, sei lá,
5 - eu queria meus dois filhos comigo em casa!
Tive crises de choro incontroláveis e inconsoláveis, cheguei a levantar da cama às 4h da manhã e ir para o hospital "dirigindo" sozinha, para ficar com a Manuela. Quando estava com ela, sofria por não estar com ele. E quando ia para casa cuidar do meu menininho, que era tão indefeso e frágil quanto ela, chorava de saudades da outra.
Eu sentia uma dor que cortava meu coração (mas nem sentia os pontos da cesárea).
A dor só passou quando a Manu veio para casa e eu pude, finalmente, ficar com minha nova "familhinha" toda reunida.
Passado isso, hoje eu faço um balanço daquela situação:
- Ter ficado na UTI me ensinou muito, principalmente como agir e tratar meus pequenos
- Meu "surto psicótico" foi potencializado pela alteração hormonal da época
- Descobri a importância de não tentar controlar tudo e de me preparar para TUDO
- e que numa situação difícil, a única coisa que podemos e "devemos" fazer é administrar o caos o mais rápido possível, tomando consciência da situação e agindo de acordo com nosso coração.
Aí não tem erro.
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