Livro: Não ensine a criança adoecer
Autor:
Américo Marques Canhoto
Editora:
ebm
Nesse
livro o autor afirma que grande parte de nossas doenças é fruto de aprendizado.
Aprendemos
a adoecer como aprendemos a falar, a escrever, a andar...
Se
você está saudável ninguém te valoriza, todos te cobram até além das
obrigações. Mas quando fica “dodói” tudo é permitido e você se sente mais
amado.
A
doença aprendida:
Nos
primeiros anos, o subconsciente tem o comando quase absoluto da existência e,
tal e qual um scanner de computador, copia e absorve padrões externos e os
manifesta quando solicitado.
Para
ilustrar a forca desse mecanismo basta verificar que filhos adotivos, depois de
alguns anos, assumem as feições dos que o adotaram. E casais que conviveram
muitos anos juntos passam a ficar muito parecidos, como se fossem irmãos.
O
subconsciente entende que ficar doente é uma delicia quando ouve:
-
Tadinho
do neném, está doentinho...
-
Está
dodói, neném??
-
Quer
que a mamãe de alguma coisa pra você?
-
Cadê
o filhotinho do papai?
-
Hoje
você não vai para a escola
Alguns,
toda vez que a criança adoece, chegam em casa com presentinhos. Regras são
quebradas e o dever não precisa ser cumprido.
Assim
a criança entende que adoecer é muito bom.
Na
nossa cultura, a saúde não é importante até que se perca.
Esse
tipo de crença induz as pessoas a tentarem aproveitar a vida segundo o gozo dos
sentidos e a usar e abusar de todos os tipos possíveis de prazeres – enquanto
se tem saúde – apressando a chegada da doença.
Ou
então, as pessoas ficam tão preocupadas em arranjar recursos para comprar a
cura se vierem a ficar doentes, que acabam adoecendo com a ajuda dos excessos e
do estresse para provisionar o futuro com uma segurança ilusória.
Necessidade
de integrar corpo e mente:
O
organismo do doente tenta se ajustar eliminando a fome, mas o sistema de
crenças o força a comer para alcançar uma cura mais rápida, mas com isso demora
mais a se restabelecer.
Tendências
e predisposições:
De
certa forma, já nascemos potencialmente doentes. Trazemos um conjunto de
tendências e de predisposições para adoecer que podem se transformar em
realidade ou não, depende da ação do meio ambiente sobre a pessoa, da sua
personalidade, de seu temperamento e da qualidade de suas escolhas.
A
consciência de ser pai ou mãe:
Quem
deseja planejar ter filhos deve preparar-se para tal tarefa. Tem que questionar
os motivos que o levam a desejar. Necessita de algum conhecimento de anatomia e
desenvolvimento da criança, de noções básicas de psicologia. Boa vontade em
aprender para adquirir a consciência de ser pai ou mãe. Isso é logico e é o
mínimo que se espera. Porem, quantos candidatos a pais cumprem esses requisitos
mínimos??
Planejar
um filho é prepara-se continuamente para uma tarefa sem fim. Todo mundo sabe
quando começa, mas ninguém sabe quando termina.
A
responsabilidade dos pais sobre os filhos vai além do que nossa imaginação
possa alcançar. É preciso ressaltar que responsabilidade não é obrigação, é
opção, e envolve o conceito de maturidade psicológica e amor.
Quem
almeja realmente ajudar de forma ativa na educação de seus filhos não pode
furtar-se à observação e ao estudo, não necessariamente em livros apenas, mas
nas mínimas ocorrências do dia-a-dia.
Precisamos
nos reeducar para oferecer uma educação de melhor padrão de qualidade do que a
recebida. Se nos posicionarmos de forma sempre passiva cada um dará apenas o
que recebeu.
Na
verdade não educamos, apenas complicamos ou facilitamos para que as crianças se
auto eduquem. Mas, para isso é preciso permitir que aprendam.
Respeitar
a criança:
O
tempo todo nós desconsideramos a criança nas mais simples atitudes do
dia-a-dia. Só para ilustrar, costumamos “fazer seu prato” na hora da refeição.
Devemos
supervisionar-lhe o desenvolvimento, fornecendo-lhe as orientações e os
exemplos necessários para que se capacite a gerenciar a própria vida e a criar
de forma consciente seu destino.
Considerar
a criança não é fazer-lhe todas as vontades e caprichos. É sentir-se
responsável por ela.
Maus
hábitos em saúde:
-
alimentar
a criança durante o sono (além de aumentar a possibilidade de refluxo ainda
prejudica a dentição).
-
Reforçar
a alimentação noturna cria distúrbios metabólicos, digestivos e alterações no
padrão do sono.
-
Uso
de alimentos e bebidas com estimulantes, como a cafeína e a teína,
-
Adoçar
a alimentação
-
Ingestão
de bebidas gasosas. Habituar a ingerir liquido durante as refeições.
-
Não
mastigar os alimentos de forma correta
-
Premiar
a criança pelo fato de comer ou usar de chantagem para que se alimente.
Vícios
sociais:
Na
maior parte da vezes, quando as pessoas se reúnem é para comer, beber, falar
mala dos outros ou jogar conversa fora. Mesmo o que se chama de lazer pode ser
altamente lesivo à saúde.
O
consumo de cigarros, bebidas, medicamentos, drogas... é aprendido na vida em
família e nas relações sociais.
Carência
afetiva:
A
criança mal-amada ou a que não recebe demonstrações de carinho físico ou verbal
adoece mais do que as outras. Comprar tudo que a criança deseja não substitui o
verdadeiro afeto, que é troca de energia.
Soberania
emocional:
Desenvolver
a arte da serenidade é aprendizado. As crianças que se desenvolvem em ambientes
onde as reações emocionais são mais elaboradas, desenvolvem uma capacidade de
soberania emocional que as ajudara a manter mais qualidade de vida e saúde. Pois
a falta de controle das emoções é fator capaz de provocar doenças intimas e de transmissão
de uns para outros.
A
prevenção mais eficaz contra o sofrimento na infância é a educação para a vida.
Temos o direito e a liberdade de fazer tudo o nós quisermos, desde que
estejamos dispostos a pagar o preço. E a criança deve compreender isso bem
cedo.
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