terça-feira, 19 de junho de 2012
Daniela Tófoli, diretora de redação da revista Crescer, fala para o blog Mãe de Gêmeos
Na semana passada tive o prazer de conhecer pessoalmente a Daniela Tófoli, diretora de redação da revista Crescer, meu livro de cabeceira há 3 anos. E é claro que não perdi a oportunidade de perguntar para ela algumas das nossas principais dúvidas.
A Daniela, além de ótima profissional, é uma pessoa muito simpática também, e nos deu ótimas dicas.
Leia aqui!
MG: Você é diretora de redação de uma das mais importantes revistas brasileiras no segmento infantil. Na sua opinião, quais os maiores desafios das mães hj em dia?
DANIELA: O principal desafio é dar conta de tudo: trabalho, casa, marido, ela mesma e, o mais importante, as crianças. Mesmo as mães que não trabalham fora se veem sobrecarregadas e, quanto mais querem ser perfeitas, mais se sentem culpadas. Não raro o que a maioria das mães deseja, além de que o filho tenha saúde e seja feliz, claro, é ter mais tempo!
MG: Vc acredita que a "famosa" culpa de Mãe pode ser extinta algum dia? Tem alguma dica?
DANIELA: Acho que não porque nunca vamos nos achar suficientemente boas, mas acredito que ela possa ser bastante minimizada. A partir do momento que você faz o melhor para o seu filho - que não quer dizer fazer tudo por ele - esta culpa diminui. Enquanto mãe tento coniliar todos os lados mas com a consciência de que, em uma semana, vou dar mais atemção ao trabalho, por exemplo; em outra, ao marido; na seguinte vou cuidar de mim e assim vai. Agora as crianças são sempre prioridade, mas isso não significa exclusividade. Não é porque temos filhos que devemos deixar de ser mulheres, esposas, filhas, amigas...
MG: Vc acredita que as crianças de hoje são mais "espertas" do que as de antigamente, como algumas pessoas dizem? Por que?
DANIELA: Acho que elas têm mais estímulos e pais mais bem informados, mas por outro lado elas são mais inocentes, mais superprotegidas. São, por exemplo, craques com as novas tecnologias desde pequenas, mas também são mais "bobas" para lidar com situações como atravessar a rua.
MG: Vc participou recentemente de um seminário promovido por uma grande empresa de brinquedos que discutiu a importancia da informação para o desenvolvimento infantil. Na sua opinião, qual o maior aliado dos pais na criação dos filhos?
DANIELA: O bom senso! Criar filhos é um exercício diário, temos que fazer escolhas, ser insistentes, ter paciência, carinho e muito amor. É um privilégio poder educar uma criança e o mais importante também é estarmeos abertos para aprender com elas e melhorarmos como seres humanos. A informação, claro, nos ajuda muito e acho que também a leveza como devemos conduzir a nossa rotina. Precisamos curtir mais os nossos filhos, nos divertir com eles, brincar, dançar, fantasiar, e não nos preocupar demais com "estou fazendo isso", "estou fazendo aquilo".
MG: Vc percebeu algum aumento no número de mulheres que tenham largado a carreira para se dedicar dos filhos? Ao contrário do que acontecia há 20 ou 30 anos ?
DANIELA: A gente sabe, por causa de emais que recebemos, que há muitas mulheres buscando alternativas, jornadas menores, home-office, mas ainda é um movimento menor do que em outros países.
MG: Pela sua experiência na revista, vc acha que as mulheres ficam mais satisfeitas quando optam pela baba, pela vovó ou pela escolinha?
DANIELA: É muito variada essa escolha e muito pessoal. Não temos uma medida. Depende de como a avó se relaciona com a família, quem é a babá ou como é a escola. Acreditamos que o importante é a criança estar feliz e os pais, seguros. Eu, por exemplo, não tinha uma pessoa de confiança e optei pela escola. Helena adora! E eu confio muito nela. O mais importante, aqui, é a mãe e o pai terem a consciência de que seja quem for, não basta ser um cuidador. A avó vai dar afeto, a babá vai dar atenção, a escola vai estimular a convivência em grupo, são ganhos diferentes e importantes. E só um alerta: a escola de educação infantil não pode ser apenas um lugar para seu filho ficar. Essa será, certamente, a escola mais importante do seu filho, muito mais do que a universidade e, por isso, essa escolha deve ser cuidadosa.
MG: Na sua opinião, qual a melhor parte da maternidade? E a mais difícil?
DANIELA: A mais difícil é lidar com a questão do tempo, de tentar fazer tudo e as 24 horas serem insuficientes. A melhor, sem dúvida, é a gente ganhar aquele sorriso lindo toda manhã, aquele abraço apertado quando vai buscar na escola, aquele carinho gostoso quando coloca na cama... É uma relação de amor, confiança e cumplicidade que vale cada segundo dos nossos dias.
MG: Deixe um recado para as nossas mamães leitoras?
Acho que um recado importante é que cada mãe possa ter a consciência de que ela faz o que existe de melhor para o seu filho, dentro de suas possibilidades. E que, por isso, ele é feliz e tão especial. Que cada mãe possa curtir seu filho com o que tem de melhor, sabendo que educar dá trabalho, mas que a recompensa é diária e gratificante. Só as mães sabem como é bom ficar acordada de madrugada preparando o material escolar, o quanto vale fazer aquele bolo que o filho adora em um domingo que a gente tem vontade de dormir até tarde ou como é maravilhoso trocar aquele livro preferido pelos contos de fadas, ainda que seja a milésima vez que você o lê!
DANIELA TÓFOLI é jornalista, mãe da Helena, de 3 anos, madrasta do Eduardo, de 10 e atualmente dirige a redação da revista Crescer.
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