terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Gêmeos: Lições de UTI - Quebrando TABUS

Ter ficado com a Manu na UTI aqueles cinco dias quando ela nasceu, me ensinou muita coisa. Entre elas:
- Bebês não quebram.
- Criança não morre de chorar (só no sentido figurado, claro).
- Ter rotina é essencial.
- Leite industrializado não mata bebês, etc...

Depois do segundo dia, minha bebê finalmente saiu da encubadora e foi para o bercinho, e eu pude pegá-la no colo pela primeira vez.
Ainda sem roupinha, pois ficava em total observação, aquela bebezinha de pouco mais de 1,5 kg vinha para os meus braços para ser amamentada 6 vezes ao dia. E eu não via a hora de visitá-la para abraçar, beijar, olhar nos olhos da minha anjinha e repetir cem mil vezes o quanto eu a amava.
Perdi o medo de "manusear" bebês pequenos.

Certo dia, cheguei na UTI e uma enfermeira me disse: a Manuela está chorando há uns 15 minutos sem parar. Com certeza é fome e isso é bom. Mas como ainda não está na hora de mamar não demos o complemento (leia-se leite de outra mãe ou industrializado na MAMADEIRA, ou num tal de copinho). Agora que vc chegou, pode dar de mamar para ela.
Percebi que bebês não morrem de chorar e que MAMADEIRA não é TABU!

Moral da história:
Se na UTI, que é o lugar onde as crianças estão sob cuidados de especialistas com o único objetivo de sobreviverem, as enfermeiras agem assim, por que é que na minha casa vai ser diferente...

A partir daquele dia percebi como a rotina era importante para os bebês e adotei o método em casa (até hoje funciona).

Percebi também que se o bebê chorasse um pouco ele não ia morrer, então, eu não precisava sair correndo para pegá-lo, sacudí-lo ou sei lá mais o quê (claro, até hoje, quando choram eu verifico se estão alimentados, de fraldas limpas, sem frio ou calor demais, com sede, etc. Cuido e dou atenção, carinho e cuidados aos meus filhos, mas não encano quando choram. Bebês não sabem falar, então choram mesmo, e muitas vezes não é nada demais, só estão treinando as cordas vocais ou resisitndo ao sono...).

Sim, eu troquei fraldas na maternidade e dei o primeiro banho sozinha porque vi que bebês não "quebram" tão fácil como pensamos. Além do mais eu estava esperando por aquele momento há 9 meses...

Quebrei um velho paradigma ao verificar que na UTI tbm se dava leite industrializado para os bebês, como complemento à amamentação no peito. E que minha filha poderia preferir o leite na mamadeira. Então, dar leite industrializado na mamadeira não "matava" bebês (claro que a maioria das mães prefere dar o leite do peito para seus filhos, mas às vezes isso não é possível - como foi o meu caso. Se este for o "seu" caso, não se desespere, seu filho não será inferior aos outros e nem você será uma má mãe).

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Gêmeos: Visitando a Manu na UTI

Passadas algumas horas da cirurgia (que para mim pareceram intermináveis), a enfermeira veio me ajudar a levantar da cama para tomar um banho.

Eu tenho que ser sincera e dizer que até então estava tudo bem...até o momento em que eu levantei da cama.

Acho que minha pressão baixou, fiquei impressionada achando que os pontos da cesárea iam abrir e eu ia cair no chão dividida em dois pedaços, sei lá o que aconteceu, mas foi uma sensação muito ruim e aflitiva. Do banho então, eu nem me lembro.

Mas de uma coisa eu me lembro bem: pensava que tinha que me sentir melhor logo para subir na UTI e finalmente ver minha Manu.

Passado o susto, pedi uma cadeira de rodas e uma enfermeira me levou à UTI Neonatal.


Numa sala fria, no final de um corredo comprido, estava minha filhinha. Ela era muito pequenininha e magrinha, não tinha as unhas formadas ainda, nem cabelos, nem sobrancelhas. Estava dentro de uma encubadora e eu tive que desinfetar as mãos com álcool antes de tocá-la.

Definitivamente não foi a melhor experiência da minha vida. Apesar de saber que ia ficar tudo bem, estava triste por vê-la ali. Queria minha bebezinha perto de mim o tempo todo, queria abraçá-la e beijá-la, queria que nada daquilo estivesse acontecendo. Mas eu, com todo meu amor e boa vontade, não era suficiente para assegurar a saúde dela naquele momento. E tive que me contentar em somente visitá-la algumas vezes durante dos cinco dias em que permaneceu ali.

Gêmeos: O Nascimento - parte II

O primeiro dia após uma operação é muito esquisito. Não vou mentir. A gente fica meio dopada de tantos remédios, nossos hormônios ficam alterados, nosso corpo fica estranho (o meu, então, vixi! Só quem passa por isso sabe. Mas ainda bem que isso passa também, e rapidinho).

Apesar disso, continuava sem sentir dor nenhuma e estava felicíssima porque tudo estava bem com todo mundo (eu me apegava no que tinha ouvido na sala de cirurgia: apesar do baixo peso, a Manu está perfeita)...

O Patrick veio para o quarto, recebeu visitas, tirou milhões de fotografias (teve enfermeira que até disse que ele fez o maior sucesso no berçário...rsss), foi amamentado, abraçado, beijado, enfim, coisas normais para quem acaba de chegar ao mundo trazendo muita felicidade para todos.

Entretanto, eu tinha um sentimento estranho, como se minha felicidade estivesse pela metade. Minha ansiedade em ver a Manu era muito grande. Sentia que ela precisava de mim e ficava pensando o que deveria estar acontecendo com ela, sozinha, lá na UTI.

Mas eu nem podia levantar da cama ainda. Naquela hora eu tinha que viver ao máximo a minha meia felicidade e crer que tudo ia dar certo, sem duvidar disso.

Eu fazia a minha parte e ia vivendo um minuto de cada vez, cuidando de mim, do Patrick, curtindo aquele momento com meu marido, recebendo as pessoas, pensando e agindo muito positivamente.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Gêmeos: O Nascimento - parte I

Chegava a tão esperada semana de número 37.

Voces podem imaginar o quanto eu aguardava por isso. Queria ser mãe, queria voltar ao meu peso normal, queria finalmente pegar no colo os meus anjinhos que só conhecia pelo ultrassom (e pelos chutes, claro), queria levá-los para casa, comecar a nova vida logo...

Fui para a maternidade de malas prontas para fazer o último exame e lá estava Manuela escondida novamente (ela sempre foi muito tímida na minha barriga, desde o sétimo mês que já não conseguíamos medí-la direito porque a danadinha ficava escondida atrás do irmão).

Por esse motivo resolvemos fazer a cesariana naquele mesmo dia. Saí da sala de exames direto para a cirurgia - nervosa, claro, nunca tinha feito nenhuma operação antes. E foi aí que tudo começou...

Tratei logo de mandar embora o nervosismo (estava gelada e tremendo) fazendo inspirações profundas e me imaginando num lugar onde eu sentisse bem estar, conforto e seguranca. Fui viajando nessa história e respirando calma e profundamente até que me tranquilizasse totalmente.

Quando já estava calma, a médica entrou com seus assistentes e comçamos o parto.

Que incrível! E não é que a gente não sente nadinha mesmo...

Fiquei lá, deitadinha, tranquila, feliz, posando para as fotos que meu marido fazia enquanto as criancas nasciam.

O primeiro a sair foi o Patrick. Praticamente um homem feito (3,1 kg e 47 cm - GIGANTE para um gêmeo). Dois minutinhos depois nasceu a Manuela. Olhei para a cara da médica, ansiosa para ela me mostrar minha menininha, e o que vi nao foi nada legal.

A obstetra me olhou e disse: ai, ela é muito pequena e magrinha mesmo. Manu nasceu com 1,7 kg e 43 cm.

Só pude dar um beijinho e ela subiu imediatamente para a UTI neonatal.

O que me acalmava (além dos anestésicos, claro) era que os testes realizados nos bebês logo que nasceram estavam perfeitos, ou seja, até então a Manu era só muito magrinha, mas estava bem...

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Gêmeos: O Calor e as Crianças






Acho que este foi o melhor carnaval da minha vida: com meus pais, marido, irmã, cunhado, amigos e, lógico, com meus filhos.

E o mais legal de tudo, as crianças se comportaram muuuuito bem.

Também, com aquele calorão os bichinhos ficavam dentro da água praticamente todo o tempo que estavam acordados. Acho que nem tiveram tempo de sentir calor.

Se nós adultos sofremos com o tempo quente, imaginem as crianças, principalmente as que ainda não sabem falar.

Como pedir água, dizer que está com calor, que quer tirar a blusa, que precisa tomar um vento, sair do colo, carrinho, sei lá...

CHORANDO, É CLARO.

E nós, que tbm estamos mais impacientes e preguiçosos pelo mesmo motivo, temos que literalmente advinhar o que está se passando naquelas cabecinhas e salvá-los antes que cozinhem...

Minha receita é paciência para a mamãe, um bom banho para os pequenos (nada melhor do que colocá-los na água), pouca roupa (basicamente só a fralda) e bastante líquido para hidratá-los.

Essa receitinha básica pode não resolver o problema, mas acalma meus bichinhos.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Gêmeos: Encarando de Frente

O segredo das coisas está na nossa cabeça.

A maneira como encaramos o mundo, a nossa realidade, a nossa vida, o que nos cerca e tudo o que nos acontece depende exclusivamente de nós e do nosso jeito de pensar.

É nas situações de crise que crescemos e criamos oportunidade para nos tornarmos pessoas melhores. Porque diante de uma situação de caos você só tem duas opções: desistir de lutar e se deixar derrotar ou VENCER e passar para a próxima.

Eu fico com a segunda opção!

Quando eu estava grávida me deparei com muitas adversidades - praticamente uma a cada dia (isso porque minha gravidez foi super normal e sem nenhuma complicação de saúde para mim ou para os bebês).

Mesmo assim era uma situação nova, completamente diferente de tudo o que eu já tinha experimentado em 32 anos de vida, e não tinha nada e ninguém para me ajudar (porque nessa hora ninguém pode entrar na nossa pele para sentir ou passar pelo que estamos vivendo).

O que quero dizer é que em situações como essas (do tipo que a gente não aprende na escola) tudo o que queremos é buscar ajuda, ouvir experiências positivas, conversar com quem já passou por isso numa boa e nos tranquilizarmos para encararmos com naturalidade tudo o que está por vir (e que é um grandissíssimo mistério para nós).

Mas na maior parte das vezes, tudo o que encontramos são os tais palpites infelizes:
- Não vai dormir pelos próximos cinco anos
- Não vai saber pra quem deu de mamar
- Vai virar um zumbi de tanto sono
- Não vai mais ter vida própria
- Nunca mais vai ter tempo para fazer as unhas ou retocar a raiz do cabelo (credo)
e por aí vai...

Diante disso, resolvi encarar tudo de frente, do meu jeito e com o que tinha nas mãos: um punhado de livros, uma ótima médica e muito pensamento positivo.

E não é que deu certo!!!

Estar grávida de gêmeos não é nenhum bicho de sete cabeças, como as pessoas falam por aí. Dá pra fazer tudo numa boa e muito mais!

Coragem!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Gêmeos: Sim, eu engordei muuuito na gravidez...







...mas já perdi tudinho!



(a primeira foto foi tirada um dia antes de os bebês nascerem. E a segunda foto cinco meses após o parto... )

Outra lenda: os quilos que adquirimos durantre a gravidez são muito mais difíceis de perder.
E os que temos agora por acaso são fáceis...

Eu sempre lutei contra a balança, o que acabou me ajudando quando tive que eliminar os 35 kg que acumulei durante os 9 meses.

Como eu fiz regime a vida toda, isso não foi nenhuma novidade pra mim. E, inclusive, me deu forças para ver com mais facilidade a luz no fim do tunel e ter a certeza de que voltaria a usar as calças jeans que me esperavam no armário.

Quando estava na última semana de gravidez minha ansiedade era tripla: queria ver a carinha da Manuela, do Patrick e também queria começar logo a emagrecer (ou, pelo menos, parar de engordar).

Modo de fazer:
- Após os quinze primeiros dias voltei para a drenagem linfática,
- Depois do primeiro mês retomei as caminhadas (30 minutos diários),
- No segundo mês passei a caminhar durante 1 hora todos os dias,
- A partir do terceiro mês incluí a musculação e as abdominais,
- Junte a tudo isso uma dieta alimentar (peça ajuda a uma nutricionista, principalmente se estiver amamentando) e muita força de vontade.

Bem, pra quem não acredita, perdi os 35 kg em 5 meses com saúde e a auto estima lá em cima!

Prova de que quando a gente quer a gente pode!!












quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Gêmeos: Eu Amo Ser Mãe de Gêmeos

Hoje, conversando com a massagista (é, porque eu me cuido muito, não é porque agora virei mãe que perdi a vaidade, aliás, isso deve vir de família porque a Manuela adora um lacinho na cabeça, um perfuminho..risos...) falávamos sobre compartilhar carreira e maternidade.

E ela me disse que percebe que suas clientes têm engravidado mais tarde porque escolheram priorizar a carreira, enfm...

Eu também fiz isso, achando que a carreira era a coisa mais importante da minha vida (ou uma das). Achava que nem ia aguentar ficar todo o tempo da licença-maternidade em casa, pensava que voltaria antes. A carreira lá na firrrrma era tudo pra mim.

Moral da história: depois que virei mãe, larguei o emprego, abandonei a carreira.

A maternidade revelou em mim talentos que nem eu sabia que tinha. Além disso, me deixou mais corajosa, mais forte, mais guerreira (outra vantagem de ser mãe de gêmeos: a gente dá conta e descobre que podemos mais do que imaginamos).

Não estou induzindo ninguém a largar o emprego. Esse foi o MEU caso. E além disso, eu abandonei a carreira lá na firma porque não me identificava mais com ela, mas não parei de trabalhar. Só que agora posso ficar em casa com as crianças, curtindo e acompahando o crescimento delas.

E estou muito orgulhosa por isso!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Gêmeos: Recebendo a Notícia

Apesar de achar que seria mãe de gêmeos desde pequena, quando descobri que estava grávida tudo mudou de figura.
A primeira gestação já é uma surpresa. Por mais que vc queira muito e esteja preparada para isso, quando vc recebe a confirmação dá uma sensação estranha, uma mistura de medo, felicidade e sei mais lá o quê.
Pelo menos foi assim comigo.
Eu não tomava mais a pílula havia quase um ano. Tinha épocas em que ficava triste quando a menstruação chegava, outras ficava aliviada. Mesmo com o apoio do meu marido, a idéia de ter filhos me assustava um pouco.
Mas foi numa madrugada de domigo pra segunda que acordei passando mal, com a pressão baixa, chamei meu marido e ele matou na hora: vc está grávida!
No dia seguinte fui trabalhar como se nada tivesse acontecido, tentando me controlar e acreditar que talvez aquilo pudesse não ser verdade.
Na hora do almoço resolvi comprar o exame da farmácia (eu já tinha feito vários desses antes, na esperança de estar esperando o meu nenê, mas agora era diferente: eu tinha certeza).
Com o exame de farmácia positivo fui correndo para o laboratório...não podia ser...ai!
E o laboratório confirmou que eu estava muuuuuito grávida mesmo...
Chorei, ri, liguei pra todo mundo dando a notícia.
Meu marido só faltou colocar no jornal. Acho que ele até estava mais feliz do que eu. E chegou em casa com um presente: um buquê de flores duplo.
Coincidência ou não (e eu não acredito em coincidências) aquele buquê buplo veio confirmar (mais tarde) o que eu já sabia desde pequena: que seria mãe de gêmeos...

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Gêmeos: Maternidade sem grilos

Sempre achei que a maternidade acabava com a vida da mulher. Acabava com o corpo, acabava com a paz, acabava com as baladas, com os amigos e, em casos mais extremos, acabava até com o casamento (sério, já cheguei a ouvir isso).

Grávida de gêmeos então! Vixi, coitada! Vai precisar de um exército em casa para cuidar das crianças. Impossível dar conta sozinha...

São teoridas que ouvimos por aí (de amigas ou não tão amigas assim) e que vão formando nossa opinião sobre algo que não conhecemos ainda (às vezes, a palpiteira também não!).

Pra quê esse carnaval, gente!

E por quê a maioria dos palpites não são positivos....pelo menos os que eu recebia não eram.

Uma necessidade de provar o contrário me fez descobrir que crianças não são monstros (a não ser que vc crie seu filho para tal). Ao contrário, são apenas crianças assustadas e inexperientes, como qualquer mãe de primeira viagem.

Uma coisa que ouvi (uma das poucas que faz faz sentido) vale a pena repetir aqui: quando nasce um filho, nasce também uma mãe.

A gente tem uma ligação tão forte com nossos filhos que os fazemos sentir se estamos assustadas, com medo, raiva, sem paciência, ou o ideal: tranquilas e dispostas a ajuda-los no que precisarem.

Você não precisa maltratar ou desprezar seu filho. Tão pouco se deixar escravizar por ele.

O bebê vai sentir desde cedo que faz parte de uma família que tem muito amor, carinho, cuidados e REGRAS para dar.

Se eu puder te dar uma dica, vai essa então: não se desespere, mantenha uma atitude positiva, pense positivo, busque ajuda e saiba que TUDO DÁ CERTO NO FINAL.